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Salto de precisão (saut de précision, no original), um dos saltos mais comuns na prática do parkour.

Desenvolvido como um método ♣ de treinamento que permite ao indivíduo, ultrapassar de forma rápida, eficiente e segura qualquer obstáculo utilizando somente as habilidades e ♣ capacidades do corpo humano,[1] o parkour foi desenvolvido inicialmente na França entre meados e final da década de 1980.

[2] O ♣ termo é proveniente de uma adaptação da palavra original parcours e foi sugerido por um amigo de David Belle, o ♣ qual por sua vez, junto com alguns amigos de adolescência, é considerado como fundador do parkour.

Ainda, o termo parcours tem ♣ relação com o "Parcours du combattant", mais conhecido como a pista de obstáculos do pentatlo militar.

[1] A modalidade tem diversas ♣ influências de práticas corporais e entre estas, destacam-se as ginásticas e o Método Natural de Educação Física de Georges Hébert, ♣ também conhecido como "Méthode Naturelle", o qual também se utilizava de habilidades e capacidades corporais para superar obstáculos e desafios ♣ tanto em ambientes urbanos como quantos naturais.

[3] A modalidade pode ser praticada tanto individualmente quanto em grupo.

Ao praticante do sexo ♣ masculino, este é denominado traceur e seu equivalente feminino é traceuse.

[1][2] Ambas grafias são de origem francesa, porém para maior ♣ disseminação e facilidade de pronúncia, o termo em inglês 'tracer' [trey-ser],[4] foi o mais difundido.

[1][2] O parkour tornou-se uma prática ♣ reconhecidamente esportiva no Reino Unido,[5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15] embora a concepção de esporte seja diferente daquela empregada no Brasil, dado aos diferentes tipos ♣ de esportes que a Educação Física nacional concebe.[16]

O fundador do parkour, David Belle atribui a inspiração para criar o método ♣ de treinamento, a seu pai e mentor Raymond Belle (1939-1999),[2][17][18][19] o qual foi treinado na guerra da Indochina (período pré-guerra ♣ do Vietnã) e posteriormente atuou como soldado pelas forças armadas francesas.

[2][17] A partir de 1958, Raymond deixou o exército e ♣ entrou para o corpo de bombeiros de Paris na França.

[17] Raymond também é lembrado pelos seus feitos na ginástica, no ♣ esporte e pelos recordes em saltos, arremessos com vara e subida em corda, feitos estes que construiu enquanto fez parte ♣ da corporação.[1][2][17]

Salto do gato (saut de chat, no original em francês) também conhecido como cat leap, é um tipo de ♣ salto feito para se fixar em um lugar pendurando com as mãos.

O parkour é uma forma de prática corporal pouco ♣ explorada no quesito de fundamentação teórica e de produção científica no cenário acadêmico, o que torna a modalidade um pouco ♣ difícil de ser categorizada.

[19] De acordo com o seu fundador, David Belle, o parkour consiste essencialmente em superar todos os ♣ obstáculos, seja eles físicos ou mentais em qualquer tipo de ambiente, natural ou urbano.[20]

A prática requer treinamento físico metódico, dedicação, ♣ comprometimento e visa principalmente a eficácia, poupando energia para ultrapassar os obstáculos e evitando ferimentos de quaisquer ordem.

[17] Os praticantes ♣ do parkour atribuem ao mote être et durer ('ser e durar', traduzido do francês), a importância do fortalecimento e da ♣ longevidade na prática por meio do treino constante, buscando sempre melhorar a si enquanto ser humano.

[17] Essa ideia de manter ♣ o corpo forte e vigoroso a longo prazo foi absorvida do Método Natural de Georges Hébert e ainda é propagada ♣ por muitos praticantes.

A prática do parkour é comummente vinculada em uma visão grosseira e deturpada de que seus praticantes são ♣ "puladores de prédios",[21] arruaceiros e desocupados.

Porém, somente quem realmente adentra a prática ou busca informações sobre, seja por curiosidade, ou ♣ por vontade, acaba por descobrir que o parkour é, acima de tudo, uma disciplina de cunho de exercício físico e ♣ moral, voltada para o desenvolvimento de habilidades e capacidades do corpo, usando de corridas, variações de movimentos quadrupedais, diversos tipos ♣ de rolamentos, formas de escaladas, equilíbrios, saltos e outras formas de movimento[17] para ultrapassar os obstáculos de maneira rápida, eficiente ♣ e segura, os quais podem levar a novos patamares de exploração do movimento humano.[17][19]

Existem outras duas formas de expressão com ♣ vínculo direto com a prática e em muitos países são tratados também como sinônimos do parkour: A "Art du déplacement" ♣ ('Arte do deslocamento', em português) e o "Free Running" (Corrida livre', em português).[2][19]

O termo Art du déplacement foi o primeiro ♣ nome dado a prática corporal que viria a ser mais tarde também nomeada como parkour.

[19] Esse nome foi sugerido por ♣ Sébastien Foucan,[2][22] considerado por muitos o co-fundador do parkour e também fundador do Free Running.

O nome perdurou através dos Yamakasi,[19] ♣ considerados o primeiro grupo de parkour.[1]

Por sugestão de seu amigo Hubert Koundé, David Belle remodelou a palavra parcours ('percurso', em ♣ português), primeiramente retirando a letra 's', a qual não é pronunciada pela voz e substituiu o 'c' por um 'k' ♣ para sugerir agressividade e causar mais impacto ao pronunciar, e também como forma de universalizar o termo.[1][2][19]

Sébastien Foucan, co-fundador do ♣ parkour também é considerado o fundador do Free Running.

[2] Embora semelhantes, a prática estabelecida por Sébastien Foucan expressa uma vertente ♣ mais artística do parkour, onde são realizadas acrobacias e a estética do movimento é ressaltada em detrimento da objetividade.

O nome ♣ Free Running foi sugerido por Guillaume Pelletier para uma apresentação de Sébastien Foucan no documentário Jump London para o Channel ♣ 4 do Reino Unido,[1][2] visando maior facilidade na comunicação com a língua inglesa e entendimento da prática.

Traceur e traceuse são ♣ derivados do termo fracês tracer [tʀase],[23][24] cuja grafia, que embora semelhante a grafia em inglês tem pronúncia diferente e normalmente ♣ significa 'traçar',[25] ou melhor dizendo, 'aquele que percorre um caminho'.

[1][19] O termo foi originalmente utilizado como o nome do grupo ♣ de parkour Original Tracers, que era liderado por David Belle, também eram parte deste grupo Sébastien Foucan e Stéphane Vigroux.[1][2][19][26]

O ♣ parkour surgiu de uma necessidade de movimentar-se impetrada por David Belle, seus primos e seus amigos durante a sua adolescência,[18] ♣ inicialmente em Fécamp na Normandia e posteriormente, nos subúrbios de Paris, em Lisses e Sarcelles,[1] onde David Belle buscou reforçar ♣ os laços com seu pai e começou a ter os primeiros insights sobre o que viria a ser o parkour, ♣ como a importância do fortalecimento físico e mental e os elementos que David Belle descreve com um tipo de filosofia.

[1][19] ♣ Entretanto, a ideia do movimento tem suas raízes que remetem ao final do século XIX com Georges Hébert, criador do ♣ Método Natural e posteriormente no século XX, com Raymond Belle, ex-soldado, atleta, bombeiro francês e uma das grandes inspirações para ♣ o desenvolvimento do parkour.

Georges Hébert, criador do Método Natural de Educação Física

Inicialmente, as maiores influências para o desenvolvimento do parkour ♣ foram Raymond Belle[19] e o Método Natural de Educação Física de Georges Hèbert (1875-1957), método este ao qual Raymond Belle ♣ foi instruído na infância e adolescência.

[17] Georges Hébert foi um oficial da Marinha e profissional de Educação Física francês[19][27][28] que ♣ observou o comportamento e o movimento dos homens das tribos africanas[19][21][27][28] e de diversas outras partes do mundo durante as ♣ suas viagens como tenente da marinha francesa.

Georges Hébert também pregava que um corpo sadio e atlético deveria combinar também coragem ♣ e altruísmo.[27]

Georges Hébert desenvolveu seu método com base em 10 grupos de habilidades: marcha, corrida, saltos, movimento quadrupedal, escalada, equilíbrio, ♣ lançamentos, levantamentos, defesa pessoal e natação.

[21][27] Todos esses movimentos deveriam ser imbuídos com o desenvolvimento de outros elementos como força ♣ de vontade, coragem, frieza, resiliência, benevolência, honra e honestidade, e também havia a necessidade de desenvolver a respiração e a ♣ musculatura.

[27] O treinamento pelo Método Natural de Hébert se expandiu pelas forças armadas e posteriormente por escolas, academias e clubes.

[2] ♣ Ainda, os estudos de Georges Hébert deram origem a um livro publicado em 1912 intitulado L'education physique virile et morale ♣ par la méthode naturelle ('A Educação Física, virilidade e moral pelo Método Natural', em português).[27]

Ainda, Georges Hébert, idealizaria uma pista ♣ de obstáculos para o treinamento da marinha francesa a qual foi denominada de parcours du combattant (ou 'percurso do combatente', ♣ literalmente).

[29] Mais tarde, esse sistema de treinamento e a pista de obstáculos ganhariam o respeito e admiração por forças armadas ♣ diversas ao redor do mundo, sendo copiado e adaptado por países como os EUA em decorrência das grandes guerras mundiais ♣ que viriam nos anos seguintes.[29]

Posteriormente, Raymond Belle usaria alguns do elementos do Método natural de Georges Hébert para incentivar a ♣ busca pelo movimento em seu filho, David.

Assim, seja pela influência de Raymond, ou pela sua relação com o treinamento de ♣ Hébert, futuramente o parkour viria a usar alguns do elementos do Método Natural como a marcha, a corrida, os saltos, ♣ o movimento quadrupedal, a escalada e o equilíbrio, (lançamentos, levantamentos, defesa pessoal e natação não são considerados como elementos essenciais ♣ para a prática do parkour, pois envolvem combate ou movimentação em meios que não são comuns para os praticantes - ♣ nadar, por exemplo).

Dessa forma é possível estabelecer uma relação, mesmo que pequena entre o Método Natural e o parkour, como ♣ "primos distantes".

Nesse ponto, cabe ressaltar que o Método Natural desenvolvido por Hébert frisava aumentar as resistências orgânicas, realçar as aptidões ♣ para a execução de exercícios naturais e utilitários (os seus 10 grupos) e, sobretudo, desenvolver a energia, a qualidade de ♣ ação, a virilidade, para então subordinar esse conjunto de qualidades físicas bem treinadas a uma moral altruísta e física.[27]

Raymond Belle ♣ (1939-1999)

O pai de David Belle, Raymond Belle (1939-1999) nasceu e cresceu no Vietnã.

[2][17] Seu pai morreu e ele foi separado ♣ de sua mãe, sendo criado pelos tios do lado materno,[2][17] os quais abusaram de Raymond em sua infância.

[17] Com sete ♣ anos de idade foi enviado para um orfanato militar onde colocou-se sob duras provações e treinamentos para tornar-se mais forte.[2][17]

Durante ♣ as noites, enquanto todos dormiam, Raymond saía do orfanato e treinava nas árvores e corria pela mata, desenvolvendo suas habilidades ♣ e fortalecendo seu corpo realizando saltos, flexões e equilíbrios.

[2][17] Isso permitiu que Raymond sobrevivesse ao duro período o qual durou ♣ sua infância e início da adolescência.

Depois da batalha de Dien Bien Phu em 1954, Raymond retornou à França onde permaneceu ♣ nas forças armadas até os 19 anos de idade, em seguida juntou-se ao corpo de bombeiros de Paris.[2][17]

Em sua estadia ♣ na França e a reaproximação com seu filho David, Raymond lhe apresentou a palavra 'parcours', a qual seu filho David, ♣ relembra: "Ele me contou como, quando era criança no orfanato militar, acordava todas as noites para ir treinar, sozinho e ♣ maliciosamente, no 'percurso de assalto', mas também em outros percursos que ele havia inventado sozinho.

Para mim, essa palavra, "parcours", era ♣ muito abstrata e não significava nada.

Ele explicou que havia diferentes tipos de percursos - ou parcours - lá, como percurso ♣ de resistência, percurso de agilidade, percurso de resiliência, e assim por diante.".[17]

Seu filho David, ressalta que existe uma diferença crucial ♣ entre o que seu pai fazia e o parkour que é praticando por muitos atualmente: "Para muitos, hoje em dia, ♣ parkour é algo divertido, mas para meu pai, era vital - uma questão de vida ou morte [...], [...

] Para ♣ meu pai, parkour era suor, lágrimas e sangue.".[17]

Ainda, Raymond é lembrado pelos seus feitos heroicos no corpo de bombeiros sendo ♣ voluntario para missões perigosas.

Raymond tinha um senso de coragem, autocontrole e auto-sacrifício excelentes.

[17] Foi apelidado pelos companheiros de esquadrão com ♣ o nome Kamikaze.

[17] Ao longo de sua carreira, realizou difíceis resgates que lhe renderam inúmeras honrarias e medalhas[17] e também ♣ se destacou com feitos atléticos sendo membro da equipe de treinadores de ginástica de Bombeiros de Paris, realizando demonstrações para ♣ jovens bombeiros ou grandes públicos.

Ele também foi várias vezes campeão nacional militar em salto em altura e salto em distância.[17]

Embora ♣ Raymond tivesse em seu passado uma vida com diversas conquistas e feitos memoráveis, este viveu seus últimos dias amargurado com ♣ seus próprios dilemas e memórias amargas e obscuras, os quais tiveram fim quando cometeu suicídio (um tiro em sua cabeça ♣ com uma espingarda calibre 12) na virada de ano entre 1999 e 2000.

[17][30] Antes de morrer, Raymond deixou uma mensagem ♣ para seu filho David, onde escreveu: 'La garde meurt mais ne se rend pas' ('O guarda morre, mas nunca se ♣ rende', em português).[17][30]

Em 1973 nasce David Belle, um dos filhos de Raymond e Monique Belle.

[31] Este viria a ser o ♣ herdeiro dos ensinamentos de Raymond Belle e de suas técnicas de ultrapassar obstáculos.

[18][22] David teve experiências com diversas modalidades como: ♣ ginásticas, atletismo e artes marciais, porém seu rendimento escolar e seu comprometimento com atividades esportivas não era assíduo.

[17] Durante boa ♣ parte de sua infância, David Belle viveu e aprendeu com seu avô materno Gilbert Kitte, sendo este, além de Raymond ♣ Belle, um dos pilares da educação e formação de David.[17]

Conforme crescia, David tornava-se mais curioso a respeito da vida do ♣ pai e por meios de conversas com este decidiu que necessitava e queria desenvolver suas habilidades para caso tivesse necessidade ♣ na sua vida.

[2] Nessas conversas David aprendeu mais sobre essa forma de treinamento que seu pai chamava de 'le parcours' ♣ e sobre as diversas repetições que ele havia feito para encontrar o seu próprio caminho.

[2][17] Raymond ensinou a David que ♣ treinar não é uma brincadeira, mas algo altamente vital que permitiria a ele sobreviver e proteger as pessoas com as ♣ quais ele se importava.

[2][17][20] David então percebeu que este era o caminho que ele buscava e começou a trilhá-lho.

[2] Isso ♣ veio a tornar-se mais importante que a escola e David colocou toda a sua atenção em seu treinamento.

Vale lembrar que ♣ David Belle também treinou o Método Natural enquanto esteve na marinha francesa em Vannes, e nesse ponto ele já havia ♣ percebido a diferença entre o 'parcours du combattant' e o método que viria a ser conhecido como parkour.

[17] Ou, nas ♣ palavras do próprio David Belle: " [...

] meu pai e eu decidimos perceber os obstáculos de uma maneira diferente e ♣ mudar esse curso passível de algo positivo, pacifista e útil.

E eu vi a diferença com o método de Hébert quando ♣ fiz o meu serviço militar na Marinha em Vannes.".[17]

No livro escrito por Sabine Gros La Faige, David Belle ressalta diversos ♣ aspectos do que era o parkour enaltecendo o mais importante que seria a mentalidade do praticante e o entendimento dos ♣ seus princípio acima de tudo.

[17] Para Belle, o que vale é a o que o praticante tem em sua mente ♣ e não um amontado de vídeos de exibição: "o importante a ser desenvolvido é a auto confiança, o aprendizado da ♣ técnica, só assim ele entenderá os princípios do parkour"[17] .

Belle ainda ressalta as palavras de seu pai quando se trata ♣ de direcionar a disciplina no parkour: "Se dois caminhos se abrirem para você, sempre escolha o mais difícil, pois você ♣ sabe que pode trilhar caminho fácil".[17]

David é considerado fundador e o mais influente propositor do método parkour pelo mundo.

O grupo ♣ original [ editar | editar código-fonte ]

Durante o final da década de 1980 e início da década de 1990, David ♣ Belle conhece aqueles que viriam a ser seus parceiros de treino.

[2] Entre visitas frequentes à seu pai, que residia em ♣ Sarcelles e a vida com sua mãe que morava em Lisses, David conheceu amigos que por fim juntaram-se em um ♣ único grupo com a intenção de se movimentar, treinar e se fortalecer.

[2] Este grupo era originalmente formado por David Belle,[32][33] ♣ Châu Belle Dinh,[33][34][35] Williams Belle,[33][36] os irmãos Yahn[33][37] e Frederic Hnautra,[33] David Malgogne,[33] Malik Diouf,[33][38] Guylain N'guba Boyeke,[33] Laurent Piemontesi[33][39] ♣ e Charles Perrière.

[33] Um dos fatores que influenciaram definitivamente esse garotos foram suas famílias, onde vários deles tinham pais e ♣ parentes que serviram as forças armadas, corpo de bombeiros, foram praticantes de artes marciais e até atletas.

[30] Uma menção de ♣ destaque cabe a presença, na época, de Katty Belle, única mulher a fazer parte do grupo original, porém, pouco lembrada ♣ ela era mais um integrante que carregava a força do nome da família Belle.

[2] Katty fez parte do surgimento do ♣ movimento por meio de seu tio Raymond Belle pois, quando criança, o mesmo Raymond buscava a ela e a seus ♣ irmãos na escola e os levava para treinar nas matas de Ecouen.[2]

Estes amigos tornaram-se um grupo forte e unido, os ♣ quais realizavam desafios físicos como corridas de oito quilômetros ou realizar elevações em barras com um colega agarrado às costas,[30] ♣ treinavam sem comer ou beber água, sem dormir ou sob baixas temperaturas, ou, nas palavras de Laurent Piemontesi: '[...

] era ♣ divertido treinar com "os lobos" '.

[30] Não era permitido atrasar-se, todos deveriam completar o desafio, não era permitido ser negativo ♣ ou reclamar, o pulo deveria ser feito, mesmo que descalço! Entretanto, todos sempre deveriam ter a sabedoria para conhecer seus ♣ limites.

Para o grupo um movimento executado apenas uma vez não era o suficiente, era necessário repeti-lo exaustivamente sem lesionar-se, mantendo ♣ a força e o fôlego até o desafio estar completo, caso alguém errasse, o movimento era repetido do início e ♣ quando fosse necessário treinariam em casa, antes da escola ou onde fosse, realizariam flexões, fariam barras, levantariam pesos, agachamentos, qualquer ♣ coisa![30] Ou, como fazia Châu: '[...

] até mesmo realizar 5 mil abdominais ao longo do dia ou em sequência'.

Humildade também ♣ era um dos princípios fundamentais, ninguém era superior ao outro, não poderia haver mentiras sobre o que faziam e como ♣ faziam na prática de sua movimentação, considerando que, na época ainda não haviam dado um nome para o que faziam.

Somente ♣ adentravam novos membros no grupo se estes fossem "recomendados" e se passassem nos testes de avaliação e motivação.

Era obrigação de ♣ cada membro do grupo encorajar os outros.

[30] Caso alguém violasse as regras, era punido.

Estas eram as maneiras com as quais ♣ o grupo lidava para manter seus valores.

David e Yahn eram considerados os membros mais fortes e eram extremamente respeitados por ♣ isso.[30]

Uma das curiosidades sobre o grupo recai na TV e nas influências advindas dela.

Atores como Jean-Claude Van Damme, Bruce Lee ♣ e Jackie Chan e seus filmes influenciaram aspectos da flexibilidade, força e movimentação respectivamente do grupo todo.

[30] Ainda, os jovens ♣ eram fãs assíduos de Goku, personagem do mundialmente aclamado anime Dragon Ball, onde o herói desenvolvia sua força e técnica ♣ a cada episódio, os garotos viam o desenho como inspiração para seus próprios treinos.[30]

O ano de 1997 marca as maiores ♣ mudanças para David e seus amigos.

[2] Instituições como o departamento do corpo de Bombeiros de Paris pediram para o grupo ♣ realizar uma apresentação durante um evento.

[2] Ainda no mesmo ano, o irmão mais velho de David, Jean François Belle conseguiu ♣ a chance de uma apresentação para o programa Stade 2 e também um convite para o musical 'Notre Dame de ♣ Paris',[2] o qual levou os praticantes a conhecimento do diretor de cinema Luc Besson que ficou fascinado com os movimentos ♣ dos rapazes.

[2] O fenômeno que viria a ser conhecido como parkour eclodiu no final dos anos 1990 e início do ♣ novo século.

[2] Assim, a mídia começou a apresentar interesse pela modalidade, levando a prática para a grande tela por meio ♣ dos filmes B-13 (2004)[19] ou "13º Distrito" e B-13 Ultimato (ambos estrelados por David Belle e Cyril Rafaelli), "Yamakasi - ♣ os samurais dos tempos modernos" (2000) e Yamakasi - os filhos do vento (2003), ambos estrelados pelos membros do grupo ♣ Yamakasi.[2]

Cabe ressaltar que durante mais de uma década o grupo treinou junto e em determinado ponto, por volta do ano ♣ de 1997, ideias começaram a divergir.

[2][17] Nesse momento, David Belle e Sébastien Foucan se afastam do grupo original que também ♣ era composto pelos primos de David: Châu e Williams (que residiam em Sarcelles), os irmãos Yahn e Frederic Hnautra (moradores ♣ de Lisses), e seus amigos David Malgogne, Malik Diouf, Guylain N'guba Boyeke, Laurent Piemontesi, Charles Perrière,[1][2][17][19] estes decidiriam usar o ♣ termo 'Art du déplacement' para a sua prática.

Mais tarde David Belle e Sébastien Foucan também seguiriam caminhos separados por divergências ♣ em seu modo de pensar e treinar,[1][2][17] dessa divisão surgiriam respetivamente, o parkour e o free running.

Os membros remanescentes dos ♣ Yamakasi, fundaram a Parkour Generations, considerada atualmente a maior autoridade em se tratando de Parkour e Art du déplacement no ♣ mundo.

[15] A Parkour Generations também é responsável pela qualificação A.D.A.P.T.

(Art du Déplacement And Parkour Teaching), reconhecida por traceurs pelo mundo ♣ todo e pelo governo britânico.[15][19]

Sébastien Foucan continuou a divulgação de sua visão da prática no Reino Unido e ainda esta ♣ atuante no mundo do parkour e do Free running.

[1] Além do documentário Jump London[15][19] ele atuou como vilão no filme ♣ 007-Cassino Royale (2006)[1] e posteriormente no filme "The Tournament" (em português "Vingança entre Assassinos"), como o assassino Anton Bogart.

Também apareceu ♣ no videoclipe da canção Jump, e acompanhou a cantora Madonna em sua tourné de 2006 Confessions Tour.

[1][40] Atualmente ele tem ♣ sua própria academia de Free Running e é o presidente da Parkour UK.[41]

David Belle fez comerciais para diversas empresas como ♣ BONT, Nike, Cannon, Nissan, Coca-Cola, BBC e pequenas aparições na mídia no início de sua carreira, mas sua força real ♣ seria mostrada nos filmes Bairro 13 (B-13) e Bairro 13 - Ultimato (B-13: Ultimatum), bem como uma série de participações ♣ em eventos pela Europa e EUA divulgando o parkour.

[1][2][17] Em 2014, participou de um remake hollywoodiano de B-13, lançado com ♣ o nome Brick Mansions (Bairro 13, no Brasil) onde contracena com Paul Walker (1973-2013) da franquia Velozes e Furiosos,[1] além ♣ de também aparecer em uma entrevista para Tim "Livewire" Shieff no mesmo ano, para apresentar alguns de seus pontos de ♣ vista sobre a prática do parkour atual.

[42] Recentemente, David esta divulgando a série Brutal: Taste of Violence.

[43][44][45] Além disso, David ♣ Belle também trabalhou com assessoria para produtores de jogos[46][47][48][49] e filmes com cenas de parkour.[50][51]

Prática do parkour - meados da ♣ década de 1980 e início do novo século [ editar | editar código-fonte ]

Durante os anos que transcorreram entre o ♣ início das atividades que viriam a originar o art du deplacement, o parkour e o Free running, a prática em ♣ si era regida de maneira bem diferente do que a maioria se utiliza nos dias atuais.[2][52][53][54]

David Belle, fundador do parkour, ♣ manteve por muito tempo a ideia de que seu método de treinamento era uma arma camuflada, uma maneira de livrar-se ♣ de situações perigosas ou ainda para ajudar pessoas em necessidade ou empregar perseguições.

[20] Sua visão era a de que o ♣ parkour deveria dar autonomia ao praticante, sendo este capaz de realizar ações e tomar decisões por si.

[20] Para Belle, o ♣ parkour consistia em treinar, repetir e alcançar seus objetivos além de objetivar uma movimentação fora dos padrões ditos "normais" pela ♣ sociedade.

[20] Sobre a consistência da repetição e da dedicação ao treino, Stephane Vigroux, um dos discípulos de David, descreve que ♣ eram costumeiros os desafios quando iniciou seu treinamento com David, além da intensidade do treino,[55] sendo a sensibilidade e o ♣ fortalecimento físico os dois pilares essenciais da prática,[55] este último demandando sempre atenção total.

Nesse tempo, David Belle também ressaltava para ♣ seus companheiros de treino e seus aprendizes, a importância do respeito e humildade.[55]

Acerca da prática consciente, David também ressalta uma ♣ frase seu avô: "você deve usar e não abusar", proferida em um documentário denominado 'Eu salto de telhado em telhado' ♣ (2009), nesse ponto a ideia de David Belle é a de que cada praticante deve saber conhecer e respeitar seus ♣ limites sem colocar a própria vida em risco.

[20] Entre vários pontos abordados por David Belle acerca da prática cabe destaque ♣ ao ponto sobre ser negligente e sobre aprender a seguir regras, mencionando inclusive o respeito ao treino, ao lapidar do ♣ movimento e as consequências de atitudes desvairadas.[20]

Stephane Vigroux, um dos discípulos de David e atual membro da Parkour Generations, descreve ♣ que existem duas formas de se treinar parkour, uma delas é voltada para o aspeto da diversão, como uma brincadeira ♣ e a outra, muito mais séria e comprometida, é voltada para o treino regrado, para alcançar um patamar diferenciado de ♣ evolução na prática do parkour, Stephane também menciona que o praticante deve escolher qual o tipo de treino quer realizar ♣ e levar consigo,[55] que não existe problema algum com a escolha e com qual caminho seguir, mas que o praticante ♣ deve ter em mente que ambos são diferentes e tem exigências diferentes.

[55] Dessa forma, fica evidente que a prática do ♣ parkour na sua primeira década e anos seguintes era mais voltado para sua essência, visando o fortalecimento do indivíduo e ♣ uma visão utilitarista da modalidade,[20][52][53][54] ou, novamente citando Vigroux: "[...

] uma prática baseada no movimento, que ajuda a tornar indivíduos ♣ mais fortes fisicamente e mentalmente, tornando-os seres humanos equilibrados que então ajudarão à comunidade e outros indivíduos com essas bases ♣ sólidas".[53]

Prática no novo milênio [ editar | editar código-fonte ]

Com o advento da internet e a explosão digital mundial, o ♣ parkour tornou-se um fenômeno mundial, porém, a maioria das pessoas ainda desconhece o que vem a ser a prática.

[21] Muitos ♣ dos novos praticantes adentram a prática instigados por vídeos na rede mundial, entretanto, esses vídeos em sua maioria tem pouca ♣ ou nenhuma qualidade de informação,nas palavras de Charles Moreland: "[...

] eles são terríveis, a maioria deles são horríveis!".

[21] Ainda, é ♣ possível lembrar das palavras do fundador da modalidade, David Belle em uma entrevista para o canal FreerunningTV.

com, onde diz o ♣ que pensa acerca dos vídeos em geral sobre parkour disponíveis na rede: "[...

] a maioria só esta interessada nas aparências, ♣ eles querem se exibir [...]"[22] .

Embora existam diferentes discursos e interpretações, existe atualmente uma dicotomia entre os grupos que procuram ♣ preservar a essência original do parkour e aqueles com uma mente "mais aberta" que defendem uma nova roupagem para a ♣ modalidade, ressaltando a evolução da mesma no decorrer dos anos como algo natural, motivo que veio a causar disputas de ♣ poder e momentos de tensão na comunidade mundial.

[2] Malik Diouf, dos Yamakasi em uma entrevista apresentou sua opinião sobre o ♣ assunto: "Acredito que existem dois tipos de pessoas, os puristas e os com mente aberta", mostrando que a prática encontra-se ♣ atualmente dividida na forma e nas opiniões.

[52][56] É notório que os novos praticantes tem o desejo de desenvolver sua própria ♣ movimentação e que os grupos de praticantes vem crescendo exponencialmente, dessa forma várias novas interpretações acerca da modalidade vão surgindo ♣ e entrando em conflito com conceitos mais conservadores de praticantes mais velhos, ou mesmo daqueles que seguem a linha purista ♣ da prática.

[56] Sobre a transmissão de conhecimento do parkour para as futuras gerações, o praticante Valentin Dubois, do grupo Parkour ♣ Lyon ressalta que: "[...

] quando você ensina parkour a alguém...

você não pode força-los a pensar como você", assim sendo torna-se ♣ algo muito complicado tentar imbuir os valores pessoais dos praticantes mais antigos na nova geração, a qual enxerga a modalidade ♣ sob um novo espectro.

[56] Essa mudança drástica tem causado não somente discussões acirradas, mas também conflitos de ideias e da ♣ forma como se encontra a prática na atualidade, a qual torna-se quase irreconhecível por pessoas que se espelham nos vídeos ♣ mais antigos, embora muitos outros praticantes estejam produzindo conteúdos de seus próprios modos de ver o parkour, mas ao realizar ♣ uma análise visual, é notória a mudança, tanto na movimentação quanto no pensamento dos praticantes.[56]

Dessa forma, criou-se acerca dos praticantes ♣ atuais uma conotação de irresponsabilidade onde os jovens realizam acrobacias perigosas, com o único objetivo de conseguir visualizações no Youtube.

[21] ♣ Stephane Vigroux destacava já em 2006 que a pratica do parkour estava se tornando muito superficial pelos novos adeptos: 'Esta ♣ acontecendo tudo muito rápido, Muito fácil.Muito show.'[55] .

Nesta mesma linha de pensamento, questiona-se veementemente a validade da necessidade que os ♣ praticante da nova era buscam ao gravar novos vídeos que crescem exponencialmente nas mídias digitais, onde o desejo de partilha ♣ de conhecimento tem sido usurpado pela busca frenética de produção de material cada vez mais radical, na caça incessante por ♣ visualizações e likes.

[56] Embora existam diversas críticas sobre como a modalidade evoluiu (ou involuiu), cabe dizer que notadamente que o ♣ parkour foi modificado e adaptado ao longo dos anos em diversos aspectos, entre estes podem ser citados: a adesão das ♣ acrobacias por muitos praticantes,[2] o uso como ferramenta pedagógica de ensino por profissionais de Educação Física no cenário escolar,[57][58][59][60][61][62][63][64] a ♣ miscigenação confusa com outras culturas corporais como a dança,[65][66] além da aplicabilidade do jogo e o caráter lúdico da prática.

[67][68] ♣ Somado a isso, novos horizontes se abriram para diferentes faixas etárias adentrarem na modalidade, desconstruindo o olhar que a sociedade ♣ em geral tem acerca da prática, dessa forma, foram inseridos, crianças, adultos e até idosos praticantes de Parkour.[69][70][71]

Entretanto, um cuidado ♣ deve ser observado ao adentrar a prática e ao disseminá-la também, sendo um consenso entre boa parte dos praticantes que: ♣ "parkour não é tudo e nem tudo é parkour!"[56] .

O parkour é uma ferramenta que pode ser inserida em outros ♣ contextos, mas daí a dizer que ele é o novo contexto, torna-se algo totalmente diferente, embora existam defesas pouco fundamentadas ♣ e interpretações pessoais pouco usuais em que o parkour pode ser uma nova forma de ver uma outra prática cujas ♣ características são totalmente diferentes da prática original.

Cabe ressaltar que as pesquisas em nível acadêmico ainda estão florescendo com os assuntos ♣ em questão e que novos pontos de vista estão sendo construídos acerca da prática que tem se mostrado extremamente mutável ♣ devido a diversas interpretações a cada ano que passa.

Ademais, muitos discursos do que é ou do que não é parkour ♣ permeiam blogs, sites, fóruns de discussão, postagens do facebook e acrescentando-se ainda a grande confusão com a prática da Free ♣ running, a qual muitos consideram ou não "como sendo a mesma coisa que o parkour", e poucas pessoas se atém ♣ a ouvir os fundadores de ambas as modalidades, ler e conhecer mais sobre ambas, bem como os indivíduos mais próximos ♣ das práticas originais desde sua criação.

[72] Somado a isso, as diferentes veiculações apresentadas pelas mídias e por alguns praticantes enaltecem ♣ ainda mais essas diferenças.

[72] Um dos exemplos, são as falas de Stephane Vigroux sobre o Free running: "A definição original ♣ dessa palavra se perdeu e também foi devorada pelo grande parasita e agora representa algo completamente diferente de seu ponto ♣ de vista inicial"[53] e também sobre o parkour atual: "A palavra "parkour" tem sido usada excessivamente e erroneamente.

Ela perdeu força ♣ e significado".

[53] Essa falas são corroboradas por Chris "Blane" Rowat, um dos membros mais respeitáveis da Parkour Generations em um ♣ texto para seu próprio blog, escrito em 2012, onde o próprio Blane ressalta o crescimento desenfreado de praticantes, grandes pulos ♣ com péssimas aterrissagens, o surgimento de competições, um pequeno grupo se mantendo sobre seus antigos valores morais e um mudança ♣ sem precedentes creditada ao parkour.

[54] Acerca deste assunto em particular, Dan Edwardes, co-fundador da Parkour Generations e Châu Belle-Dinh deixam ♣ claro que não se deve focar em nomeclaturas e sim no movimento que se pode realizar,[72] infelizmente até mesmo essas ♣ falas acabaram por serem deturpadas com o passar do tempo.

Existe ainda, o discurso de que o grande desafio do parkour, ♣ é o fato dele ser algo novo e por si, ser algo desafiador pois tira o indivíduo da sua zona ♣ de conforto e o leva a pensar e a mover-se de maneira não usual, diferenciada, a tentar algo diferente.

[21] Atualmente, ♣ a locomoção humana tornou-se algo extraordinário pelo simples fato de quase não haver mais movimento como em outrora, com o ♣ advento da tecnologia o ser humano tornou-se mais ocioso e passou a estar mais tempo sem realizar movimentos que antes ♣ lhe eram naturais e dessa forma, quando alguém se equilibra sobre um corrimão ou sobe um muro alto, isso torna-se ♣ algo impressionante.[21]

Para alguns instrutores e praticantes da atualidade, não existe no parkour atual, algo que determine ou pressione o indivíduo ♣ praticante a realizar movimentos difíceis ou complicados, a ideia é tentar manter o zelo para com o corpo, como forma ♣ de preservação.

[21] Porém, cabe ressaltar que mesmo sem uma pressão explícita, existe uma relação não formalizada do aspecto competitivo dentro ♣ de grupos de praticantes, como uma forma de competição latente, que leva seus integrantes a evoluir, se desafiar e se ♣ desenvolver individualmente e em grupo.

[73] Entretanto, uma das falas de Sebastién Foucan sobre o uso indiscriminado do corpo para a ♣ prática recai justamente na consequência da lesão: "Seu ambiente é seu equipamento, a menos que você o utilize adequadamente, você ♣ irá machucar a ele e a você mesmo [...]".

[74] As falas de Foucan podem ser incrementadas com o pensamento de ♣ que o maior sucesso está sempre relacionado ao maior risco quando os praticantes tentam provar o poder de suas capacidades ♣ tanto para si quanto para outros (GUZZO apud PIROLLO, 2015, p.51).

[75] Dessa forma, é possível verificar duas situações as quais ♣ os praticantes de parkour em processo de iniciação acabam por submeter-se que são: a realização de vídeos e a necessidade ♣ de se auto afirmar perante outros praticantes em treinos em grupos.[75]

E ainda que a mídia, em geral tendenciosa e sensacionalista, ♣ tende a vincular a modalidade como um esporte radical, embora sua prática esteja longe de ter qualquer relação com tal ♣ denominação[21] Talvez, o grande problema seja justamente a grande quantidade de discursos espalhados e disseminados, tantos por praticantes quanto por ♣ não praticantes os quais, ao invés de trazerem os ensinamentos da prática à luz, fazem justamente o contrário, confundem cada ♣ vez mais os novos praticantes e os deixam às escuras com informações e diálogos cada vez mais confusos.[18]

Sem limitações de ♣ espaços para ser praticado, o parkour é acessível a todos,[21][76] possibilitando o autoconhecimento do corpo humano e mente como o ♣ desenvolvimento da força, resistência, coordenação motora e equilíbrio, ao mesmo tempo que desenvolve a concentração, força de vontade, determinação e ♣ coragem - qualidades que favorecem o bem estar e a qualidade de vida, educando crianças, jovens e adultos ávidos por ♣ novas experiências.

É essencial lembrar que parkour demanda treino e dedicação, bem como uma adequada orientação por parte de praticantes experientes, ♣ sendo assim é imperativo que, ao adentrar a prática, o iniciante busque instrução por meios de praticantes ou grupos ou ♣ até mesmo academias.

Vídeos da internet ou tutoriais, são, de longe o último recurso para conhecer a modalidade.

É necessário ser criterioso ♣ quando se busca informação sobre o parkour.

O que podemos perceber no decorrer dos anos, é que desde a criação e ♣ o desenvolvimento dessa disciplina no final dos anos 80 até os dias de hoje, que são em torno de 30 ♣ anos, ainda se mantêm a essência e o objetivo real do parkour em encurtar caminhos, facilitando seus trajetos e sempre ♣ superando seus medos e limites e paralelamente estar sempre associando a situações da vida, do cotidiano.

Graças à imensa dedicação e ♣ anos de estudo de seu criador, David Belle, o parkour pode ter influências consideráveis do método natural, de treinamento de ♣ guerra e de salvamento dos bombeiros, o que fez com que essa nova disciplina possuísse uma gama de conhecimentos corporais, ♣ mentais e filosóficos.(Côrtes, 2007)[77]

Outro ponto importante e um dos focos do estudo foi perceber como essa disciplina, hoje tratada como ♣ um esporte, devido sua organização, disciplina de treinos e dedicação, chegou a se espalhar no Brasil.

Através do meio de comunicação, ♣ como jornais, revistas, TV, internet e outros o parkour chegou como uma novidade e rapidamente virou febre entre os jovens ♣ do País inteiro, devido sua diversidade de movimentos e por utilizar o corpo como único instrumento.(Côrtes, 2007).[77]

A pergunta que se ♣ faz como objetivo do artigo é como e porque esses jovens escolhem o parkour como a principal atividade corporal.

Observamos que ♣ devido a diversos fatores tanto sociais quanto psicológicos, os jovens encontram no parkour as respostas que precisam e que jamais ♣ os adultos entenderiam como a liberdade de expressar o corpo e as palavras, superar alguns desafios pessoais, como o medo, ♣ visão do espaço ao seu redor, relacionamento com outras pessoas de culturas diferentes, buscando assim um amadurecimento não só pessoal, ♣ mas geral com relação a todos que convivem a sua volta.(Côrtes, 2007).[77]

Concluímos que o parkour é uma disciplina corporal completa ♣ na visão de quem pratica, pois trabalha o corpo de uma forma geral como saúde e condicionamento físico e prepara ♣ a mente para novos desafios e obstáculos não só concretos, mas da vida também, pois permite que os jovens se ♣ sintam mais à vontade para expressar suas sensações de liberdade, felicidade ou até mesmo de alguma frustração ou angústia, canalizando ♣ diretamente essas sensações na forma de movimentos durante a prática do parkour.(Côrtes, 2007).[77]

O parkour oferece grande liberdade de movimento e ♣ custo mínimo para ser praticado, sendo recomendados (embora não obrigatórias) roupas e calçados que sejam confortáveis[21] para os praticantes como:Calça ♣ de moletom;Bermuda;Camiseta leve;

Tênis que seja confortável e de sola preferencialmente emborrachada para ser mais aderente (entretanto, alguns praticantes treinam descalços).[ ♣ 21 ]

Não são utilizados protetores de cotovelo, protetores de joelho, capacete ou luvas para a prática.

O objetivo é conhecer e ♣ fortalecer o próprio corpo, pois este já oferece todas as possibilidades de salva-guarda necessárias para a prática da modalidade.

Propõe-se inclusive ♣ que deve haver treinos sem calçados e com os pés em contato direto com as superfícies onde se pretende treinar ♣ para melhorar a sensibilidade com a qual os movimentos são realizados.

O parkour demanda uma prática de treinamento tanto físico quanto ♣ mental.

Dessa forma é necessário observar os elementos dos exercícios de tonificação e fortalecimento muscular, como: agachamentos, abdominais, flexões, puxadas em ♣ barras e outros.

Muitos praticantes agregam à sua pratica, elementos da calistenia e da musculação, visando o fortalecimento.

A repetição constante dos ♣ movimentos básicos traz polimento à técnica e molda o praticante, preparando-o para novos desafios e movimentações mais complexas.

Também é recomendado ♣ que o praticante tenha comprometimento com a sequência de treinos, bem como assiduidade, ou seja, que este estruture e treine ♣ constantemente suas técnicas, bem como tenha em mente que o fortalecimento é parte fundamental para a melhora das condições físicas, ♣ além de preparar o praticante para desafios mais complexos.

Acidentes e mortes [ editar | editar código-fonte ]

O parkour requer não ♣ somente absoluta concentração e consciência sobre seu corpo e o ambiente onde você irá se movimentar, mas também é necessário ♣ preparo físico e mental.

[19][20] Se em situação de treinos outdoor é necessário sempre uma avaliação de distância, de sua capacidade ♣ e risco ao qual você estrá incorrendo.

O conjunto mental é combinado ao controle e poder do corpo e da mente.

[19] ♣ Os praticantes costumam adotar a seguinte frase para descrever parte de sua prática: "é ridículo procurar liberdade e acabar quebrado ♣ numa cadeira de rodas".

Mesmo assim, o parkour é uma arte que requer disciplina, treinando sua mente com bom-senso,[20] e respeitando ♣ seus limites.

[19] Desse modo, acidentes podem ser amenizados ou até evitados.[19]

Recentemente tem crescido o número de acidentes relacionados à prática, ♣ devido a fatores como superexposição pelas mídias sociais e um número crescente de autoproclamados praticantes que frequentemente deixam de lado ♣ os aspectos morais da prática.

[2][18] Devido a se subestimarem os riscos da prática e à excitação dos jovens em fazer ♣ algo incrível que viram dos amigos, colegas ou vídeos na TV ou internet.

[18] Infelizmente, as palavras de David Belle acerca ♣ de que "o excesso mata...

"[20] e a remissão do mesmo David mencionando o ensinamento de seu avô: "Você precisar usar, ♣ e não abusar!"[20] se tornaram reais.Alguns exemplos:

Invasões, depredação e os problemas do roof culture [ editar | editar código-fonte ]

Outro ♣ problema que tem se tornado recorrente são as invasões de propriedades privadas ou estruturas de prédios abandonados, geralmente áreas que ♣ oferecem periculosidade aos praticantes para simplesmente gravar vídeos visando divulgação posterior na internet em busca de reconhecimento ou em nome ♣ do roof culture.

Isso vai na contramão dos valores relacionadas ao respeito a si e a outrém, tão prezados pelos fundadores,[20] ♣ bem como o respeito a propriedade alheia.

Estas ações danosas à prática estão começando a se tornar muito comuns e estão ♣ ganhando as manchetes dos tablóides[133]:

Vidal (2017) ressalta que, ao postar um vídeo na internet o pretenso praticante torna-se referência para ♣ muitos pretensos adeptos, os quais irão pensar que invasões são algo correto ou permitido.

[165] Ainda, "Essas crianças não tem o ♣ mesmo preparo que você, e na cabeça delas, o que elas estão fazendo é parkour.

Assim como nos influenciamos em grande ♣ parte pelos vídeos que vimos na internet, seus vídeos também podem servir como referência pra outros."

Em adendo, cabe esclarecer que ♣ os difusores do roof culture, foram os membros de uma equipe de parkour chamada Storror, que divulgou um vídeo em ♣ 2014 e enalteceu justamente o fato de que os locais por onde foram realizadas as filmagens foram feitas SEM autorização ♣ e por intermédio de invasões, ainda, os mesmos membros se apropriaram do termo 'cultura' para sua prática, o que acaba ♣ por causar grande confusão entre leigos e praticantes pois estes assimilam a prática como tal.

[166] As falas utilizadas para a ♣ divulgação do vídeo, embora cheias de um desejo de mostrar algo inovador e diferenciado: "Este projeto segue um grupo de ♣ jovens renegados em uma aventura contra a multidão e com o desejo de lançar luz sobre uma perspectiva e abordagem ♣ diferente para a vida",[166] escondem uma verdade sombria, a de que eles estão incentivando uma prática perigosa e criminosa.

Além disso, ♣ muitos se utilizam da desculpa de que os fundadores também realizavam algo semelhante ao roof culture, mas estes mesmos defensores ♣ desta prática não consideram o contexto histórico e a realidade na qual ocorriam as night missions (missões noturnas, em português) ♣ da época.

O ambiente dos arredores dos subúrbios nos anos de 1980 era mais hostil, sem opções de lazer ou espaços ♣ para práticas esportivas, entre os membros originais dos Yamakasi havia uma busca pelo fortalecimento e por desafios, como ressalta Vidal ♣ (2017): "Era uma outra realidade, um outro contexto."[165]

Outro fator extremamente desconsiderado pelos autoproclamados adeptos do roof culture é a relação ♣ do nível de experiência, bem como a consciência da da responsabilidade: "[...

] é completamente diferente um praticante experiente, com anos ♣ de treino, vez ou outra, se desafiar em silêncio, por conta própria, ciente de todas as responsabilidades dos seus atos ♣ e pronto para assumi-las com honra e humildade caso algo dê errado, de um moleque sem experiência que quer subir ♣ no alto de um prédio para tirar fotos e fazer alguns vídeos no alto de um prédio só pra "ser ♣ radical".

São situações completamente diferentes entre si...

e independente da situação é imprescindível sempre lembrar que: INVASÃO É CRIME!!! (Artigo 150 do ♣ Decreto Lei nº 2.

848 de 07 de Dezembro de 1940[167]) e fere o Artigo 5º da constituição federal, que diz ♣ respeito ao direito sobre propriedade" (VIDAL, 2017).[165]

Essa palavras podem ser endossadas por quem entende do assunto, Paula Duran (ADVOGADAS - ♣ Advocacia de resultado) deixa claro que você não pode praticar parkour de qualquer jeito: "Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ♣ ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências" é um ♣ crime, previsto no art.

150 do Código Penal.

E a pena é agravada - se o crime é cometido durante a noite, ♣ ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas.

Assim, fica ♣ fácil entender que se juntar com amigos para praticar parkour naquela construção do condomínio durante a noite é crime, certo? ♣ A expressão "casa" compreende qualquer compartimento habitado; aposento ocupado de habitação coletiva; e compartimento não aberto ao público, onde alguém ♣ exerce profissão ou atividade.

Portanto, escolas, parques particulares, locais de trabalho, padarias, mercados, shoppings, etc.

se enquadram como local privado.

É preciso que ♣ se compreenda que a ação não se limitar à prática de "adentrar", como se fosse necessário uma cerca, um muro ♣ ou quatro paredes para configurar a "casa".

Um telhado, um jardim aberto ou uma área de lazer também se configura como ♣ local eminentemente privado! Havendo ciência e aprovação do dono do local, o crime fica descaracterizado e você estará liberado para ♣ o Parkour!"[168]

É necessário ressaltar que qualquer prática corporal e de exercícios físicos estão sujeitas a acidentes e a ideia central ♣ do parkour é a de fortalecer o corpo e a mente, fazendo-os durar a longo prazo, isso significa ter uma ♣ vida de treino longeva e sem lesões.

Muitas organizações ao redor do globo tem realizado esforços de conscientização da prática visando ♣ a conservação física do praticante e também dos locais onde são realizadas as práticas.

Um exemplo é a 'Leave No Trace' ♣ ('Não Deixe Marcas', em português), iniciativa da Parkour Visions que preza pela conservação dos ambientes onde os traceurs realizam seus ♣ treinos, deixando-os como estavam inicialmente, ou, em caso de danificar algo, arcar com os custos de sua recuperação ou manutenção.[169][170][171]

Devido ♣ ao seu crescimento desenfreado,[172] o Parkour tornou-se objeto de desejo da mídia, de grandes empresas, de negócios e com o ♣ tempo tornou-se objeto de espetacularização.

[173][174] Dessa forma foi inevitável que surgissem concepções sobre formatos de competições para a prática com ♣ diferentes objetivos e formas de propagação.

O aspecto competitivo do parkour embora imbuído essencialmente em seu âmago, ou seja, no pensamento ♣ de que o único a ser desafiado, o único contra quem deve-se competir é o próprio praticante, em um embate ♣ pessoal contra suas limitações e medos[172][175] tomou rumos diferentes com a propagação do método mundo afora.

[173] Novas ideias e concepções ♣ fluíram pela mente de praticantes mais jovens, ávidos por um novo desafio ou pela busca do reconhecimento fornecido pelas mídias ♣ e empresas que observaram possibilidade de obtenção de lucro com tal modalidade,[173] porém a somatória de tal pensamento causou tumulto ♣ no mundo do Parkour, dividindo opiniões.[174]

Do lado dos praticantes que são contra a competição ou propagam a ideia de um ♣ parkour como prática não-competitiva incluem-se nomes de peso acerca da prática como: Sebastién Foucan,[74] Erwan Le Corre,[176] Naim, ParkourUK,[175] Fédération ♣ Internationale des Arts du Déplacement (FIADD), Parkour Generations,[172][177] entre outros, os quais defendem um parkour voltado para o indivíduo, para ♣ a busca de sua própria essência e autoconhecimento.

Do lado dos defensores a favor das competições ecoam vozes da World Freerunning ♣ Parkour Federation (WFPF),[181] e personalidades de renome construídos recentemente pelos campeonatos e vídeos da internet como Tim "Livewire" Shieff, Ryan ♣ Doyle e Oleg Vorslav, os quais vislumbram as competições com algo positivo, seja na divulgação de amplo espectro, seja no ♣ uso do dinheiro arrecadado, segundo eles, para uso e construção de locais apropriados para a prática, embora na realidade, os ♣ próprios divulgadores tenham como objetivo-mor a propagação de campeonatos e auto-promoção mundo afora.[179]

A WFPF, bem como a IPF ( International ♣ Parkour Federation ) defende abertamente a propagação de competições pelo mundo como o MTV's ULTIMATE PARKOUR CHALLENGE - JUMP CITY ♣ (2009), Urban Runners Challenge e Parkour Pro-Am (2016), ressaltando inclusive o valor de um dos prêmios conseguidos ($3000) por um ♣ dos seus atletas, Erik Mukhametshin.[ 181 ]

) defende abertamente a propagação de competições pelo mundo como o (2009), e (2016), ♣ ressaltando inclusive o valor de um dos prêmios conseguidos ($3000) por um dos seus atletas, Erik Mukhametshin.

O designer gráfico e ♣ praticante, Adrian Ilków do grupo Parkour da cidade de Mayo, descreve que Parkour não deve ser descrito como um esporte ♣ e que não é uma disciplina competitiva.

[ 182 ] Entretanto, o mesmo Adrian diz que existem competições como Red Bull ♣ Art of Motion, mas que não são competições entre os freerunners , mas sim entre o estilo destes no ambiente ♣ onde é realizado o evento.[ 182 ]

Entretanto, o mesmo Adrian diz que existem competições como Red Bull Art of Motion, ♣ mas que não são competições entre os , mas sim entre o estilo destes no ambiente onde é realizado o ♣ evento.

O grupo Urban Free Flow fez uma parceria com a Movement Unleashed em 2015 com a justificativa de promover um ♣ melhor aprendizado e novas experiências de treinamento.

O grupo tentou modificar terminologias, realizar filmagens, fazer julgamentos de qualidade e até uma ♣ competição, onde os vencedores ganhariam uma viagem para treinar com os especialistas das Urban Free Flow, os quais foram relacionados ♣ como sendo alguns dos "melhores na disciplina", sob a ideia de que o movimento seria sobre diversidade e inclusividade e ♣ apoio à comunidade de Parkour/ Free running / Art du Deplacement [ 183 ] .

Entretanto, a competição não recebeu o ♣ número mínimo esperado de participantes e foi cancelada.

O mesmo grupo ainda foi responsável pelo evento Barclaycard World Freerun Championships em ♣ 2009, com divulgação pela BBC e patrocínio de empresas como a Sony, Adidas e Eletronic Arts.

[ 184 ] O evento ♣ foi realizado sob o pretexto de uma competição saudável entre competidores globais, para entreter e disseminar o interesse pela disciplana ♣ no show.[ 184 ]

fez uma parceria com a em 2015 com a justificativa de promover um melhor aprendizado e novas ♣ experiências de treinamento.

O grupo tentou modificar terminologias, realizar filmagens, fazer julgamentos de qualidade e até uma competição, onde os vencedores ♣ ganhariam uma viagem para treinar com os especialistas das os quais foram relacionados como sendo alguns dos "melhores na disciplina", ♣ sob a ideia de que o movimento seria sobre diversidade e inclusividade e apoio à comunidade de Parkour/ / Entretanto, ♣ a competição não recebeu o número mínimo esperado de participantes e foi cancelada.

O mesmo grupo ainda foi responsável pelo evento ♣ Barclaycard World Freerun Championships em 2009, com divulgação pela BBC e patrocínio de empresas como a Sony, Adidas e Eletronic ♣ Arts.

O evento foi realizado sob o pretexto de uma competição saudável entre competidores globais, para entreter e disseminar o interesse ♣ pela disciplana no show.

Tom Coppola, outrora defensor de uma prática não-competitiva para o Parkour mudou radicalmente seu modo de pensar ♣ e agir com relação às competições por conta de uma experiencia pessoal promovida pela Parkour Visions com percursos do American ♣ Ninja Warrior sob a justificativa de que competições seriam agradáveis para os participantes e interessantes para os expectadores e que ♣ deveriam crescer fora da comunidade.

[ 185 ] Tom ainda descreve a competição como algo que pode trazer qualidade de vida, ♣ bem como enaltecer o aspecto do desafio pessoal e que a falta de competições é motivo de retenção para que ♣ mais praticantes adentrem a prática por lazer.

[ 185 ] Atualmente, Tom é defensor do Parkour em formato competitivo sendo um ♣ dos organizadores do North American Parkour Championships e ressalta que as competições irão trazer mais adeptos para a prática.[ 185 ♣ ]

Entre tantos discursos torna-se deveras complicado para alguém que esta chegando e conhecendo o Parkour hoje, opinar.

De um lado um ♣ grande levante de praticantes que procuram buscar a manter os preceitos originais da prática, a disseminação consciente, o treinamento organizado, ♣ a construção de um espírito forte, viril, honesto.

Do outro lado, um grupo cada vez maior de indivíduos cujos discursos se ♣ baseiam em diversos aspectos, algumas vezes fundamentados como apontam os pesquisadores Chagas, Rojo e Girardi (2015, p.30): "[...

] na concepção ♣ de que políticas públicas são destinadas para a disseminação de esportes, e isto se evidencia quando o interesse do mesmo ♣ é para esportes de rendimento, havendo assim um grande interesse em esportivizar o Parkour, pensando que desta forma teriam mais ♣ espaços físicos para a prática além de investimento financeiro para a disseminação da mesma enquanto reconhecida como esporte."[186]

Nos últimos anos ♣ tem sido uma tendência a nível nacional, ainda que em desenvolvimento, de esportivização da prática, e dessa forma já foram ♣ realizadas quatro competições, todas na cidade de São Paulo (Art of Motion, 2011; Desafio Urbano, 2014/15, 2015/16 e 2016/17).

[186] Entretanto, ♣ grande parte dos praticantes não consente com esta tendência realizando protestos como o Disaster of Motion[187] e manifestos tanto em ♣ redes sociais quanto pessoalmente contra estas competições.

[186] Essa negativa ocorre pela desaprovação na criação de elites as quais vem a ♣ causar uma distinção entre os participantes (Marque apud Chagas, Rojo e Girardi, 2015, p.24).[186]

Embora os defensores do aspecto competitivo preguem ♣ que não existe um sistema divisor entre os praticantes, que todos são iguais e que não existem elites, dentro das ♣ competições, exercer pressão ou ser pressionado é uma afirmação e uma imposição.

[188] Claramente, nas competições de Parkour o objetivo é ♣ se afirmar e impor como superior ao outro.[188]

Em última instância, estão aqueles cujo pensamento se coloca a frente de tais ♣ discussões, ponderando sobre suas decisões, suas falas e seu posicionamento com relação à questão das competições, um dos exemplos é ♣ Alberto Brandão, um dos traceurs mais antigos e conhecidos do Brasil, que ressalta que praticantes de Parkour são em essência, ♣ competitivos e que, embora essa competição seja algo intrínseco é necessário estar aberto a novas ideias e questionamentos quando se ♣ trata do assunto.

[189] Ainda, o mesmo Alberto Brandão relembra a importância de se pensar sobre a prática de maneira introspectiva: ♣ "Quando a gente só valoriza aqueles que são tecnicamente melhores estamos esquecendo o Parkour que estamos tentando alcançar.

Não sei para ♣ você, mas para mim, Parkour é sobre seres humanos melhores, tudo aquilo que torná-lo fora disso, merece ser descartado."[189]

Eduardo Rocha, ♣ conhecido traceur, ex-presidente da Associação Brasileira de Parkour e co-responsável por vários dos eventos de Parkour mais notórios na região ♣ do nordeste do Brasil apresentou uma série de ponderações que todo traceur deveria (ou, pelo menos, poderia) ter acerca dos ♣ aspectos competitivos para o Parkour.

[190] Eduardo ressalta a importância de observar os dois lados do aspecto competitivo, a importância do ♣ cuidado com pré julgamentos, os problemas com a idolatria nos participantes, inspirações, acidentes, responsabilidade, liberdade e o abraço do futuro ♣ inevitável das competições no Parkour.

[190] Outro aspecto relevante ressaltado por Eduardo é a influência que as competições irão causar na ♣ vida, treino e pensamento de cada traceur espalhado pelo mundo, enaltecendo que cada pensamento e forma de treinar é única, ♣ bem como a decisão de tomar partido favorável ou contrário com relação as competições.[190]

Sobre posicionamentos acerca das questões relacionadas à ♣ competição, David Belle em 2014 discorre que as competições são um elemento do processo de evolução do Parkour e que ♣ cabe a cada praticante a decisão de ser ou não favorável a elas, porém é necessário que cada um saiba ♣ o caminho que esta escolhendo, pois este caminho deve ser movido por vontade, felicidade, e bem estar.

[191] O próprio David ♣ diz que prefere não competir mas que não irá dizer o que fazer e como fazer a outras pessoas e ♣ tampouco irá se posicionar a favor do banimento de competições pois para ele, o que importa é o respeito.[191]

Prática consciente ♣ no Brasil [ editar | editar código-fonte ]

Em contrapartida às dificuldades e problemas, existem diversos praticantes envolvidos com a disseminação ♣ consciente da prática do Parkour no cenário nacional, podendo ser a partir de iniciativas pessoais, de grupos, de organizações e ♣ de projetos esportivos e sociais, trazendo a modalidade de forma lúdica, divertida e enaltecendo como uma forma de melhora na ♣ qualidade de vida e saúde do praticante.

Iniciativas e grupos [ editar | editar código-fonte ]

Na cultura popular & Entretenimento [ ♣ editar | editar código-fonte ]

O Parkour ganhou o mundo por meio das mídias, inicialmente pela TV, depois ganhou força pelo ♣ cinema e explodiu como fenômeno pela internet.

Existem produções de todos os tipos e a cada ano diferentes canais de comunicação ♣ auxiliam na divulgação da modalidade.

Nas séries de vídeo jogos 'Assassin's Creed', 'Batman: Arkham Asylum', 'Batman: Arkham City', 'Mirror's Edge', 'Mirror's ♣ Edge 2', 'Prince of Persia', Brink, Tron: Evolution, Crackdown, Crackdown 2, Dying Light, inFamous 1 e 2, os personagens jogáveis, ♣ fazem uso do Parkour, andando por cima dos telhados das cidades, saltando muros, etc.

Sobre movimentação e obstáculos [ editar | ♣ editar código-fonte ]

A movimentação do Parkour é permeada de variáveis, entretanto, muitos praticantes iniciantes preocupam-se demasiadamente com nomeclaturas e pouco ♣ com os aspectos mais relevantes do movimento em si e do ambiente onde pretende-se realizar a movimentação.

Assim, é possível observar ♣ diversos aspectos e curiosidades acerca da movimentação, bem como do ambiente onde esta será realizada.[75]

É necessário observar ainda que, quando ♣ são abordadas as técnicas do Parkour, o aprendiz não pode simplesmente apenas reproduzir o que acabou de aprender, é necessário ♣ que o movimento aprendido lhe traga subsídios para melhorar a sua própria movimentação.

[75] David Belle (2009, p.

59) ressalta esse aspecto ♣ do aprendizado e desenvolvimento do movimento único de cada pessoa: 'Quando um jovem me pergunta: "Você pode me mostrar como ♣ fazer isso?" Eu simplesmente respondo: "Não, eu vou te mostrar como faço, então você terá que aprender com sua própria ♣ técnica, sua própria maneira de se mover, seu estilo, suas habilidades e suas limitações.

Você vai aprender a ser você mesmo, ♣ não outra pessoa."[17]

Entretanto, mais do que decorar uma lista infindável de movimentos ou nomes, são necessárias observações e ponderações sobre ♣ outros elementos mais importantes ligados à movimentação como:

As variáveis dos obstáculos são de grande valor e importância pois oferecem questionamentos ♣ aos praticantes durante o percurso.

[75] Ainda segundo Angel (2011, p.109) o "[...

] ambiente é seu amigo, seu rival e seu ♣ parceiro [...

]", mostrando que o cenário onde o praticante se coloca é rico em possibilidades de movimentação, oferecendo diversas maneiras ♣ de interagir com o ambiente.[2]

Observar a área de contato

Observar e testar a resistência do material

Verificar a inclinação da superfície Horizontal ♣ Vertical Inclinado

Verificar a aderência do local

Verificar o nivelamento entre obstáculos Cima-baixo Baixo-cima Mesmo nível

Verificar a altura Linha do quadril Acima ♣ da cabeça Acima da envergadura vertical

Verificar o comprimento

Verificar o condições do clima

Verificar a Distância entre obstáculos

Deslocamento em uma trajetória (ou, ♣ o que observar e estar atento) Obstáculos Criatividade

Sequência de transposição de obstáculos (COM contato) [ 75 ] : Rotações Equilíbrio ♣ Saltos Rolamentos Nados Escaladas Corridas

Sequência de transposição de obstáculos (SEM contato) [ 75 ] :

Giros; Saltos: Impulsão: Com um pé ♣ Com dois pés Com uma mão Com duas mãos Com mãos é pés Voô: Posição dos segmentos Tronco, quadril e ♣ joelho Estendido ou Flexionado Plano Frontal Plano lateral Plano dorsal Giros Amortecimento: Dinâmico (combinação de outros movimentos) Final: Um pé ♣ Dois pés Uma mão Duas mãos Mãos e pés

Organograma das escaladas [ 75 ] : Deslocamento vertical: Dois contatos Três ♣ contatos Transferência de superfície vertical - horizontal Com flexão de quadril Com flexão lateral de quadril Com flexão de tronco ♣ Com flexão lateral de tronco

Organograma do equilíbrio [ 75 ] : Contatos: Com uma mão Com duas mãos Com um ♣ pé Com dois pés Combinação Posição do tronco: Paralelo ao obstáculo Perpendicular ao obstáculo

Organograma dos rolamentos [ 75 ] :

Direção: ♣ Frente Lateral Trás Ponto inicial: Sobre a porção posterior do músculo deltoide Sobre o músculo trapézio Sobre o músculo grande ♣ dorsal Saída: Sobre as mãos Sobre os pés Combinação de movimentos

Organograma das rotações [ 75 ] : Ponto de apoio: ♣ Com uma mão Com duas mãos Posição dos segmentos: Tronco e quadril Plano frontal Plano lateral Plano dorsal Estendidos Flexionados ♣ Joelho Estendido Flexionado Sentido Horário Anti-horário

Embora existam diversos discursos, inúmeras fontes de informação e um sem-número de praticantes espalhados pelo ♣ mundo, é necessário ter discernimento para entender a modalidade, a qual vem passando por adaptações e modificações ao longo dos ♣ anos.

Buscas minuciosas por documentários, livros e produções de cunho científico podem trazer muita informação proveitosa, enquanto utilizar-se de qualquer fonte ♣ como vídeos produzidos por canais do youtube ou blogs (com raríssimas exceções como os vídeos da série Parkour Literally[254][255][256][257][258]) em ♣ sua maioria, podem vir a elevar o grau de confundimento da prática, repassando informações sem proveito algum.

O parkour é uma ♣ prática saudável, pode ser considerado um esporte ou até mesmo um jogo, tem várias influências ginásticas e pode ser praticado ♣ em qualquer ambiente e por pessoas de várias idades, desde crianças até idosos, basta lembrar que deve ser uma prática ♣ responsável, visando uma melhor qualidade de vida e a própria saúde e, quem sabe, futuramente, níveis atléticos.

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